miércoles, 4 de abril de 2012

“Onde estão os gestos de paz do governo colombiano?” Entrevista con Carlos Lozano

Carlos A. Lozano Guillén, miembro del Comité Ejecutivo Central del Partido Comunista Colombiano y director de VOZ
Carlos Lozano é advogado e periodista, diretor do jornal comunista VOZ, membro do Comitê Central do Partido Comunista Colombiano e da organização Colombianos e Colombianas pela Paz. Ele fez parte de uma equipe de conselheiros no tema de paz, nos diálogos do “Caguan”, entre a guerrilha das FARC-EP e o governo da Colômbia, nos anos de 1998-2002. Lozano é um dos colombianos que mais tem estudado sobre processos de paz, tem escrito numerosos livros e artigos sobre a temática e conta com uma vasta experiência como facilitador de processos de paz na Colômbia.


Nos últimos dias de março a Agenda Colômbia-Brasil encontrou-se com Lozano, na cidade de Rio de Janeiro, na qual este estava participando de um evento internacional. Nesse momento da entrevista a conjuntura colombiana apontava para a liberação de forma unilateral, dos 10 prisioneiros de guerra que ainda estavam em poder FARC-EP, realizada em dia 2 de abril e muitas organizações sociais e de direitos humanos realizavam exigências ao governo de Juan Manuel Santos para verificar a situação nas cadeias onde estão os presos políticos.

Carlos Lozano acredita nas possibilidades da construção da paz na Colômbia e nos mostra a urgência dessa construção.

Agenda Colômbia-Brasil: Como você vê as possibilidades de um processo de paz na Colômbia?

Carlos Lozano: Bom, o que fica claro é que na Colômbia para resolver o conflito social e armado, que existe há mais de cinco décadas, só é possível fazê-lo pela via política, pela via do diálogo, sobre a base de soluções democráticas, de uma abertura social, progressista, que erradiquem as causas do conflito, as causas históricas e as causas mais recentes que afetam os tecidos sociais e a precariedade da democracia em Colômbia. Historicamente têm-se feito muitos esforços a partir da guerrilha e a partir da esquerda a fim de abrir um caminho para o diálogo, para a solução política democrática do conflito. Mas, sempre se há tropeçado com as resistências da classe dominante em aceitar as mudanças de fundo. O que eles querem é uma paz de graça, querem a desmobilização da guerrilha, mas sem produzir as mudanças que são necessárias para fortalecer a democracia e a justiça social. 

A.C: A oligarquia colombiana mantém resistência quanto a um diálogo que implique uma paz com justiça social?

C. L: Desde esse ponto de vista as coisas não mudaram muito na Colômbia, estamos quase como se a historia tivesse sido detida. A oligarquia colombiana mantém essa resistência de um diálogo que implique uma paz construtiva, uma paz com democracia e com justiça social. Mas não tenho a menor dúvida que em médio prazo vai impor-se uma saída para o diálogo, um espaço para o diálogo. Esse é o cenário previsível para os próximos meses, porque, sem dúvida, depois de mais de meio século de conflito, de uma guerra degradada, não fica mais alternativa tanto para o governo como para a insurgência, que a de buscar essa possibilidade de acercamento, de superar as desconfianças recíprocas para que com o acompanhamento da sociedade colombiana, e porque não, da comunidade internacional, se possa abrir um diálogo sobre a base de uma agenda política e social concreta em transformações.

A.C: À classe dominante lhe convém a paz…

C.L: À classe dominante colombiana, à oligarquia colombiana, lhe convém a paz porque a maior quantidade dos recursos públicos, dos recursos do Estado, além da suposta ajuda dos Estados Unidos e dos outros países, estão sendo destinados para guerra. Tamanhos recursos são quase mais de 8% do produto interno bruto, o equivalente do que inverte o país de seu próprio orçamento, mais as ajudas para a guerra, está se chegando a cifras de 8% do produto interno bruto, que poderia ser melhor convertido na satisfação das necessidades sociais represadas, em um país que tem o “recorde” de ser o terceiro país com maior desigualdade, um país no qual existem os maiores índices de concentração da propriedade sobre a terra e onde existem poucos grupos econômicos, cinco ou seis grupos que monopolizam toda a produção industrial, que têm os melhores negócios nos setores financeiros. Esta é uma situação insustentável.

Semelhantes situações, mesmo para estes grupos dominantes, se convertem em uma espécie de entrave para o crescimento da economia. Então, se requer a paz, mas a paz com democracia, com justiça social. Não se pode pensar que a paz precisa existir para manter o status quo.

Eu acredito que estamos às portas de um melhor ambiente. Enquanto exista o conflito estaremos levados a situações trágicas, a confrontações, a situações que são lamentáveis nacional e internacionalmente. Mas, de todas as maneiras, acredito que estamos em um novo espaço, em um momento distinto da vida política nacional, em que o tema da paz e da guerra vai ocupar a agenda do governo nacional, dos partidos políticos, das organizações sociais e também da comunidade internacional que estiver atenta ao processo colombiano.

A.C: Agora com a entrega unilateral dos prisioneiros de guerra evidenciou-se também o tema de prisioneiros políticos e presos de opinião. Como está esta situação?

C.L: É curioso que o governo colombiano reconheceu a existência do conflito depois que o governo Uribe não a reconhecia, então Santos deu um passo supostamente audaz de reconhecer que na Colômbia existe um conflito. Mas, o reconhecimento do conflito tem as suas implicações: há uns combatentes, há outros não combatentes; é necessário estabelecer o princípio de distinção entre uns e outros. Há que aplicar o direito internacional humanitário e é preciso reconhecer que a única via de resolução do conflito é a via política do diálogo e não a da confrontação armada. Mas, o governo, mesmo que reconheça o conflito, não dá esse passo. É aí que vemos que o governo não reconhece a existência de presos políticos, de prisioneiros de guerra. Que eles existem sabemos, pois há combatentes, há presos políticos que são de consciência, presos de opinião, companheiros e companheiras que foram detidos em suas atividades sindicais, sociais; integrantes de partidos da esquerda que são levados aos estrados judiciais, sindicados como amigos e colaboradores da guerrilha. Processam-lhes por rebelião que é um delito tipicamente político, quando não lhe estendem a outro tipo de delitos, acomodados para sustentar com mais força estes processos judiciais arranjados. Assim, este é um tema que o governo tem que aceitar e, sobretudo neste momento que a guerrilha tem feito mais gestos humanitários.

A.C: Os gestos de paz da guerrilha das FARC…

C.L: A guerrilha das FARC derrogou a lei 002, que era a que estabelecia as retenções por razões econômicas. Está entregando 10 membros da força pública que são os últimos que estavam em seus poder, que em todos os últimos anos, ao largo de décadas, haviam mantido em qualidade de prisioneiros de guerra. Então, são gestos de paz que ajudam a diminuir a intensidade do conflito.

A.C: E os gestos de paz do governo…

C.L: Onde estão os gestos de paz do governo, quando nem sequer se reconhece a existência de presos políticos, enquanto se mantém a política neoliberal de liquidação das conquistas dos trabalhadores, do povo e do agravamento das más condições de vida. Enquanto seguem as privatizações, enquanto segue as ofensivas contra a esquerda, a violação aos direitos humanos, seguem as execuções que as Nações Unidas chamam de extrajudiciais, que não são outra coisa do que chamamos “falsos positivos”. Então: onde estão os gestos de paz do governo? Aí é onde enfocamos (planteamos).

Por isso, desde Colombianos e Colombianas pela Paz temos dito ao governo que o mínimo que pode fazer, uma vez se produzam as liberações, é permitir as visitas da missão humanitária internacional às prisões. Assim, poderão verificar em lócus qual é a situação dos presos políticos e dos prisioneiros de guerra na Colômbia. Isto é muito importante que o país e a comunidade internacional conheçam, não somente como problema de agitação e de publicidade, se não para que o governo poda introduzir mudanças nas prisões. É preciso que humanizem as cadeias colombianas, que lhe dêem dignidade a quem está encarcerado, não somente por delitos políticos, mas também por outro tipo de delitos. As prisões realmente são masmorras que se converteram em espaços vulneráveis para os direitos humanos. Isto foi dito pelas Nações Unidas e pela Defensoria do Povo, não é um discurso da esquerda somente. Assim, é a hora de que o governo atenda isso e faça os gestos de paz. Santos diz que tem em suas mãos as chaves da paz, mas elas não funcionam, nem sequer para fazer gestos similares aos que está fazendo a guerrilha colombiana neste momento.
A.C: A respeito das relações de solidariedade política internacional, que papel você acha que poderia fazer o Brasil para contribuir à um processo de paz e para a situação que vive a Colômbia?

C.L: Basicamente eu diria que são três de ordem geral para a solidariedade internacional e um agregado, que são: O respaldo às organizações sociais colombianas que estão propondo (planteando) a paz, não somente “Colombianos e Colombianas pela paz” que é, talvez, a mais conhecida, mas há outras, múltiples organizações que trabalham nesse sentido e é necessário apoiá-las. A comunidade internacional deve respaldá-las e fazer chegar até elas a suas vozes de alento, na exigência de que é preciso parar a guerra na Colômbia e abrir um cenário de paz, de diálogo, de saída política da crise colombiana. Em segundo lugar o tema dos direitos humanos, na Colômbia seguem sendo violando os direitos humanos com os deslocados pela violência, o tema dos dirigentes da esquerda, dirigentes sindicais ameaçados, que estão sofrendo atentados e perseguições por parte de organismos de inteligência do estado. Terceiro, o tema dos presos políticos na Colômbia. Há quase nove mil presos segundo dizem as organizações de solidariedade e que estão esquecidos do mundo, porque quase ninguém fala da situação deles, é como se não existissem, mas, realmente, estão em situações precárias. Nestes dias estiveram em greve de fome, chamando a atenção do país e do exterior, sobre a situação que padecem e exigindo as visitas humanitárias.

A.C: ¿Y el agregado?

C.L: O agregado é para o caso concreto do Brasil. O Brasil tem se mostrado disposto a colaborar no tema de paz e no tema humanitário, vêm aportando os helicópteros e a logística. Desde esse ponto de vista merece o nosso reconhecimento, nosso agradecimento porque é um gesto de solidariedade para que estas missões humanitárias possam se realizar. Mas, ao mesmo tempo está vendendo armas ao estado colombiano. Armas que estimulam a guerra e a confrontação. Os aviões tucanos são dos que mais se utilizam nos bombardeios de terra arrasada na Colômbia, não somente para destruir a guerrilha, se não também para inundar de bombas, de toneladas de bombas o campo colombiano, sem importar que aí existem camponeses, agricultores, que existem aí propriedades de pequenos agricultores e que esta destruição não é somente da vida das pessoas, mas também das suas vivendas, dos animais, contaminando todo o ambiente na selva colombiana.

Assim, o Brasil não pode auspiciar isso. Em lugar de vender armas ao estado colombiano para a guerra o que deve é vincular-se às comissões de apoio, de verificação, de promoção do diálogo e da saída política. Sendo assim, atores da paz na Colômbia, mais do que atores da guerra.

Agenda Colômbia-Brasil
A Solidariedade é dos Povos!!


"¿Dónde están los gestos de paz del gobierno colombiano?" Entrevista con Carlos Lozano

Carlos Lozano es abogado y periodista, director del periódico comunista Voz, miembro del Comité Central del Partido Comunista Colombiano y de  Colombianos y Colombianas por la Paz . Él hizo parte de un equipo de asesores en el tema de paz, en los diálogos en el "Caguán" entre las guerrillas de las FARC-EP y el gobierno colombiano en los años 1998-2002. Lozano es uno de los colombianos que más ha estudiado sobre  procesos de paz, ha escrito numerosos libros y artículos sobre el tema y tiene una amplia experiencia como facilitador de procesos de paz en Colombia.

En los últimos días de marzo Agenda Colômbia-Brasil  se encontró con Lozano, en la ciudad de Río de Janeiro, donde estaba participando de un evento internacional. En el momento de la entrevista la coyuntura colombiana apuntaba para la liberación unilateral de los 10 prisioneros de guerra que aun estaban en poder de las FARC-EP, realizada en el día 2 de abril y muchas organizaciones sociales y de derechos humanos exigían al gobierno de Juan Manuel Santos poder verificar la situación en las cárceles donde están los presos políticos.

Carlos Lozano cree en las posibilidades de construcción de la paz en Colombia y nos muestra la urgencia de esta construcción.

Agenda Colombia-Brasil: ¿Cómo ve las posibilidades de un proceso de paz en Colombia?

Carlos Lozano: Bueno, lo que está claro es que en Colombia para resolver el conflicto social y armado que existe desde hace más de cinco décadas solo es posible hacerlo por la vía política, por la vía del diálogo sobre la base de soluciones democráticas, de una apertura social, progresista que erradique las causas del conflicto, las causas históricas y las causas más recientes que tiene que ver con la afectación del tejido social y la precariedad de la democracia en Colombia. Históricamente se han hecho muchos esfuerzos desde la guerrilla, desde la izquierda por abrir un camino hacia el dialogo, hacia la solución política democrática del conflicto, pero siempre se ha tropezado con la renuencia de la clase dominante a aceptar los cambios de fondo, lo que quieren es una paz gratis, quieren la desmovilización de la guerrilla pero sin producir los cambios  que requieren para fortalecer la democracia y la justicia social. 

A.C: ¿La Oligarquía colombiana mantiene resistencia en cuanto a  un dialogo que implique paz con justicia social…?
C. L:   Desde ese punto de vista no han cambiado mucho las cosas en Colombia, estamos casi como si la historia se hubiese detenido. La oligarquía colombiana mantiene esa resistencia hacia un dialogo que implique una paz constructiva, una paz con  democracia y con justicia social.  Pero no me cabe la menor duda que en el mediano plazo se va imponer una salida hacia el dialogo, un espacio hacia el dialogo, ese es el escenario previsible para los próximos meses porque sin duda después de más de medio siglo de conflicto, de una guerra degradada, pues no le cabe más alternativa tanto al gobierno como a la insurgencia que buscar esa posibilidad de acercamiento, de aproximación de superar las desconfianzas reciprocas para que con el acompañamiento de la sociedad colombiana y porque no, de la comunidad internacional se pueda abrir un dialogo sobre la base de una agenda política y social concreta de transformaciones.

A.C: A la clase dominante le conviene la paz…

C. L: A la clase dominante colombiana, a la oligarquía colombiana le conviene esa paz porque la mayor cantidad de los recursos públicos, de los recursos del Estado más de la supuesta ayuda de los estados Unidos y de los otros países se está destinando para la guerra. Cuantiosos recursos, son casi más del 8% del producto interno bruto, el equivalente, de lo que invierte el país de su propio erario mas las ayudas  para la guerra, se está llegando a unas cifras del 8% del PIB que se podría invertir mejor convertir en satisfacción de las necesidades sociales represadas en un país que tiene el “record” de ser el tercer país con mayor desigualdad, donde existen los mayores indicéis de concentración de la propiedad sobre la tierra por ejemplo, en donde existen pocos grupos económicos, cinco o seis grupos económicos que monopolizan toda la producción industrial y que tienen los mejores negocios en los sectores financieros. Entonces, es una situación insostenible.

Para ellos mismos semejantes situaciones se convierte en una especie de talanquera  para el crecimiento de la economía. Entonces, se requiere la paz, pero la paz con democracia, con justicia social. No se puede pensar que la paz tiene que ser para mantener el status quo.

Yo creo que estamos a las puertas de un mejor ambiente. Mientras exista el conflicto estaremos avocados a situaciones trágicas, a confrontaciones, a situaciones que se lamentan nacional e internacionalmente. Pero, de todas las maneras, creo que estamos entrando en un nuevo espacio, en un momento distinto de la vida política nacional en que el tema de la paz y la guerra va a ocupar la agenda del gobierno nacional, de los partidos políticos, de las organizaciones sociales y también de la comunidad internacional que siga atenta al proceso colombiano.

A.C: ¿Ahora con la entrega unilateral de los prisioneros de guerra se evidenció también el tema de prisioneros políticos y presos de opinión, como esta esa situación?

C. L:   Sí, es curioso que el gobierno colombiano reconoció la existencia del conflicto después que el gobierno de Uribe no la reconocía, entonces Santos dio el paso supuestamente audaz de reconocer que en Colombia existe un conflicto. Pero, el reconocimiento del conflicto tiene unas implicaciones, hay unos combatientes, hay unos no combatientes, es necesario establecer el principio de distinción entre unos y otros. Hay que aplicar el derecho internacional humanitario y hay que reconocer que la única vía de resolver el conflicto es la vía política del dialogo y no de la confrontación armada, pero el gobierno aunque reconoce el conflicto no da ese paso. Es ahí donde vemos  que el gobierno no reconoce la existencia de presos políticos, de prisioneros de guerra. Que ellos existen, sabemos, pues hay combatientes, hay presos políticos que son de conciencia, presos de opinión, que son compañeros y compañeras que han sido detenidos en sus actividades sindicales, sociales, como integrantes de partidos de la izquierda que son llevados a los estrados judiciales,  sindicados de ser amigos y colaboradores de la guerrilla. Los procesan por rebelión que es un delito típicamente político, cuando no le extienden la rebelión a otro tipo de delitos acomodados para sustentar con más fuerza esos procesos judiciales amañados. Así que este es un tema que el gobierno tiene que aceptar y sobre todo en este momento en que la guerrilla ha hecho bastantes gestos humanitarios.

A.C: Los gestos de paz de la guerrilla de las FARC…

C.L: La guerrilla de las FARC derogo la ley 002, que era la que establecía las retenciones por razones económicas. Está entregando 10 miembros de la fuerza pública que son los que les quedaba en su poder, de todos los que en los últimos años a lo largo de décadas habían mantenido en calidad de prisioneros de guerra. Entonces son gestos de paz que ayuda a disminuir la intensidad del conflicto.

A.C: Y los gestos de paz del gobierno…
 Donde están los gestos de paz del gobierno cuando ni si quiera reconoce la existencia de presos políticos, cuándo mantiene la política neoliberal de liquidación de las conquistas de los trabajadores, del pueblo y de la agravación de las condiciones de vida. Mientras siguen las privatizaciones, mientras sigue las ofensiva contra la izquierda, la violación a los derechos humanos, las Naciones Unidas han dicho que siguen las ejecuciones extrajudiciales  que no son otra cosa que los llamados “falsos positivos” Entonces: ¿donde están los gestos de paz del gobierno? Ahí es donde se plantea.

Por eso desde Colombianos y Colombianas por la Paz le hemos dicho al gobierno que lo mínimo que puede hacer una vez se produzcan las liberaciones es permitir las visitas a las cárceles de la misión humanitaria internacional. Así podrán verificar in sito cual es la situación de los presos políticos y de los prisioneros de guerra en Colombia. Esto es muy importante que el país y la comunidad internacional lo conozcan, no solo como un problema de agitación y de publicidad, sino para que el gobierno pueda introducir cambios también en las cárceles. Que humanicen las cárceles colombianas, que le de dignidad a quienes están encarcelados no solamente por delitos políticos también por otro tipo de delitos.  Las cárceles realmente son mazmorras que se han convertido en sitios vulnerables para los derechos humanos. Esto fue dicho por Naciones Unidas y por la Defensoría del Pueblo, eso no es un discurso de la izquierda solamente.  Así, que es hora de que el gobierno atienda eso y que haga los gestos de paz. Santos dice que tiene en sus manos las llaves de la paz, pero no les funcionan, ni si quiera para hacer gestos similares a los que está haciendo la guerrilla colombiana en estos momentos.

A.C: ¿Al respecto de las relaciones de solidaridad política internacional, que papel usted cree que se podría hacer Brasil para contribuir para un proceso de paz y para la situación que se vive en Colombia?

C.L: Básicamente yo diría que son 3 de orden general para la solidaridad internacional y un agregado, que son: el respaldo a las organizaciones sociales colombianas que están planteando la paz, no solamente Colombianos y Colombianas por la Paz que es quizás la más conocida, la de mayor transcendencia, pero hay otras, múltiples organizaciones que trabajan en ese sentido y hay que apoyarlas. La comunidad internacional debe respaldarlas y llegarles con su voz de aliento, en la exigencia de que en Colombia hay que parar la guerra y abrir un escenario de paz, de dialogo, de salida política democrática de la crisis colombiana. En segundo lugar el tema de los derechos humanos, en Colombia se siguen violando los derechos humanos con los con los desplazados, el tema de los dirigentes de la izquierda, dirigentes sindicales que están siendo amenazados, que están sufriendo atentados y persecuciones por parte de organismos de inteligencia del estado. Tercero el tema de los presos políticos en Colombia. Hay casi nueve mil presos políticos, según dicen las organizaciones de solidaridad y que están olvidados del estado e incluso olvidados del mundo, porque casi nadie habla de la situación de ellos, es como si no existieran y realmente están en situaciones precarias. En estos días han estuvieron en huelga de hambre, llamando la atención del país y del exterior, sobre la situación que padecen y exigiendo las visitas humanitarias.

A.C: ¿Y el agregado?
C.L: El agregado es para el caso concreto de Brasil. Brasil se ha mostrado dispuesto a colaborar en el tema de la paz y en el tema humanitario, ha venido aportando los helicópteros y la logística. Desde ese punto de vista merece nuestro reconocimiento, nuestro agradecimiento porque es un gesto de solidaridad para que estas misiones humanitarias se puedan realizar y se puedan ejecutar. Pero al mismo tiempo le está vendiendo armas al estado colombiano. Armas que estimulan la guerra y la confrontación. Los aviones tucanos son de los que más se utilizan en los bombardeos de tierra arrasada en Colombia, no solamente para destruir campamentos de la guerrilla, sino también para inundar de bombas, de toneladas de bombas el campo colombiano, sin importar que ahí hay campesinos, que ahí agricultores, que hay propiedades de pequeños agricultores y que esta destrucción no es solamente de la vida de las personas, sino las viviendas, sino hasta los animales, enrareciendo  todo el ambiente en la selva colombiana.
 Así, Brasil no puede auspiciar eso. En lugar de venderles armas al estado colombina para la guerra lo que debe es vincularse a las comisiones de apoyo, de verificación, de promoción del dialogo y de la salida política. Siendo así actores de la paz en Colombia, más que actores de la guerra.

Agenda Colômbia-Brasil
A Solidaridad es de los Pueblos!






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